A imagem sobrevivente é um conceito definido por Didi-Huberman para explicar a forte influência e presença das imagens da história da arte no nosso imaginário e nas formas e ações e representações do presente. O filósofo parte da obra e da biografia de Aby Warburg para formular a definição desta imagem, “fixada na memória por encantamento”, ela atravessa o tempo e devemos compreendê-la como um contra ritmo do movimento da vida. (DIDI-HUBERMAN, 2013, p. 167).
A discussão central desta imagem se dá a partir da problematização da teoria warburguiana “fórmulas de páthos”, que suscita um posicionamento controverso entre os pesquisadores da história da arte e da imagem sobre a “fórmulas de páthos”. O páthos é entendido por Didi-Huberman como algo que nos assombra pelo seu caráter dual e indefinido, patético e fantasmagórico. Isto ocorre na análise de imagens da história da arte, mais precisamente das obras do renascimento que geraram novas formas e novas linguagens, como a obra icônica Atlas Mnemosine, de Warburg. Nesta obra, composta por imagens antropomórficas (e sobreviventes), as imagens são montadas e percebidas por um regime duplo, distantes por uma outra relação tempo e espaço (Ibid, p. 175).
As imagens sobreviventes desafiam o tempo cronológico e estão encarnadas em fórmulas primitivas às quais recorremos devido a sua essência filosófica, estética, antropológica, fenomenológica e, portanto, afetiva.