Resumo

 

Catalogação na Publicação

Serviço Técnico de Biblioteca

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo

 

Prata, Didiana

A imagem-mensagem: cultura visual e design dissidente

nas redes / Didiana Prata; orientador Giselle Beiguelman. –

São Paulo, 2022.

249 f.

Tese (Doutorado) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

da Universidade de São Paulo. Área de concentração: Design.

  1. Design Gráfico. 2. Cultura Visual. 3. Redes Sociais.
  2. Memória Gráfica. I. Beiguelman, Giselle, orient. II.

Título.

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Elaborada eletronicamente através do formulário disponível em: <http://www.fau.usp.br/fichacatalografica/>

 

As imagens que circulam nas redes constituem artefatos gráficos e informacionais e representam novos paradigmas no campo da cultura visual e do design gráfico contemporâneo. A partir desta afirmação, a tese investiga a linguagem visual dessa imageria e o papel do design como ferramenta mediadora para a criação, visualização e arquivamento das estéticas das redes. Os aportes teóricos articulam-se em torno dos experimentos gráficos Calendário Dissidente: cultura visual e memória política brasileira, Pantone Político e Glossário Imageria. E estão estruturados em três pilares: A imagem no design, Modos de ver e Imageria.

No capítulo A imagem no design, definimos a imagem-mensagem, termo usado para caracterizar esta peça gráfica com multifunções informacionais e narrativas. Investigamos essas imagens dissidentes a partir de um recorte histórico – as eleições presidenciais em 2018, até os dois primeiros anos da gestão de Jair Bolsonaro, em 2020 – relacionando os acontecimentos das ruas e a produção e circulação de narrativas no Instagram.

O site Calendário Dissidente utiliza-se de um design de informação para arquivar e expor cronologicamente as imagens pela metodologia de visualização de dados extraídos através das hashtags #designativista, #desenhosopelademocracia, #coleraalegria, #mariellepresente, #foragarimpoforacovid e #projetemos. O site Pantone Político foi criado para combater as fakenews sobre a pandemia do coronavírus. O projeto utiliza-se de extração de dados textuais do Twitter por meio de jogos de linguagem. Ambos estão disponibilizados para o público.

O segundo capítulo, Modos de ver, apresenta as estratégias metodológicas propostas para a classificação das imagens. Propõe uma análise semântica e interdisciplinar, a partir da cultura do design. Uma segunda abordagem envolve o uso de Inteligências Artificais (IAs) e um processo de design set de criação de classificadores (rotuladores de imagens) a partir de paradigmas estéticos. Aponta a subjetividade humana e maquínica envolvida no processo de treinamento e na interpretação das múltiplas linguagens empregadas nesses objetos.

Por fim, o capítulo Imageria discute as tipologias da imagem digital apresentando uma visão caleidoscópica sob a perspectiva da cultura visual e das novas tecnologias amalgamadas às imagens. O Glossário Imageria compila cinquenta verbetes editados para elucidar as discussões ao longo da pesquisa e acompanha um ensaio audiovisual. Os conteúdos dos capítulos estão inter-relacionados e traçam um diálogo com as galerias Design de impacto (cartazes dissidentes de outros períodos da história) e Uso de IA para fins artísticos e curatoriais (instalações, sites e imagens de artistas que usam criticamente essas ferramentas).

Desta maneira, a tese apresenta uma perspectiva teórico-metodológica para investigarmos a imageria das redes sob a ótica projetual do design. Encontra-se disponível em www.imageria.usp.br.

 

Palavras-chave: design gráfico; design dissidente; imagem digital; visão computacional; memória gráfica; Instagram.