Imagem ruína

Na contemporaneidade a imagem ruína denomina, segundo Beiguelman, a imagem do erro do código informático, o glitch − termo originário da música e das mixagens eletrônicas dos anos 90 −, cuja estética do erro, do ruído e do inusitado presente nas imagens está ligada à velocidade do processamento de leitura dessas, nas telas (BEIGUELMAN, 2021, p. 159). É algo que deu errado, imperfeito, inacabado e tem uma estética própria, escancarando o high-tech em um erro quase grosseiro, padrão em um sistema de arquivamento e de circulação de imagens digitais.

A imagem glitch é também a estética da dissidência do império das imagens perfeitas e do mundo computadorizado e capitalizado pelas ecologias digitais. Artistas que trabalham propositalmente com essas imagens criticam por meio de suas obras o colonialismo de dados e a eugenia maquínica da era digital. Há um ruído no vocabulário visual e este é proposital. Ver imagem pobre.