Imagem remixada

A imagem remixada é caracterizada pelas múltiplas linguagens contidas nela. Esta imagem representa a cultura da adição e da apropriação de citações visuais de forma criativa, dando origem a uma nova peça gráfica. Para Eduardo Navas (2016) a cultura do remix caracteriza a cultura global atual, quando novas formas de produção de linguagem, colaboração e coletividade fazem parte do processo criativo. Essas apropriações também são realizadas por meio de uso de imagens de várias naturezas, incluindo sistemas de “depht image” (VAN ESSEN, 2020) onde temos imagens manipuladas pelas inteligências artificiais.

O termo “remix regenerativo”, cunhado por Navas, enfatiza a prática do uso de imagens, texto e som digitalmente produzidos e reproduzidos e eficientemente arquivados em dados para propostas criativas. A imagem remixada é construída como uma música sampleada e remixada por um DJ. A conectividade provocada pelo uso de câmeras celulares e o fluxo constante de informação trocada nas redes sociais são ambientes propícios para a produção de linguagem desta natureza. Elas acontecem quando um elemento é reciclado de uma forma que seja reconhecível em uma nova proposta visual ou auditiva, acessível para o público das redes em um formato digital.

Neste contexto, conseguimos ilustrar como se dá a produção das imagens remixadas pelos cidadãos engajados com os temas e as manifestações ativistas. Com os mesmos objetos materiais (imagens, textos, vídeos que circulam nas redes) e com as mesmas ferramentas digitais (softwares para ilustração digital, câmeras e scanners nos smartphones e as funções e filtros de “embelezamento” e edição disponíveis nos aplicativos), os DJs/designers conseguem produzir infinitas combinações e composições gráficas.