Imagem genóptica

A imagem genóptica é uma imagem informacional, não-humana, enunciada a partir das caraterísticas transmitidas na sua base de dados algorítmica. Essas imagens são geradas por um sistema análogo ao sistema biológico humano onde “genótipo” refere-se à parte relevante do DNA, responsável pela transmissão das heranças genéticas parentais, portanto as características de base, constantes (VAN ESSEN, 2020).

Esta fotografia é representada por um amplo espectro de imagens de diferentes naturezas e são vistas muito além das superfícies materiais nas quais as vemos. Além da produção da interface bidimensional, temos os metadados referentes a diferentes aspectos das imagens, que geram novas tipologias, novas escalas de resolução impossíveis de serem vistas pelo olho humano. Ou como Van Essen denomina, “genótipos fotográficos” (VAN ESSEN, 2020, p. 83). Já o fenótipo, aponta as características físicas e comportamentais do organismo, como tamanho, forma, atividades metabólicas e padrões de movimento. No contexto fotográfico, a artista aponta que a relação entre o genótipo e o fenótipo reflete a relação entre o visível – o que está na superfície, o fenótipo – e o que não pode ser visto, o genótipo, o que facilita a identificação do fenótipo (Ibid, p. 88).

Essa proximidade do comportamento maquínico com o mundo biológico também pode ser observada nas redes neurais, outro nome utilizado para designar os sistemas de pensamento das inteligências artificiais que funcionam a estímulos e a comandos de aprendizagem, num sistema muito similar ao funcionamento dos neurônios humanos.

A Imagem genóptica não é uma imagem visualizada pelo usuário de aplicativos, mas pelas visões computacionais, sistemas biométricos e outros programas e mecanismos de aprendizagem de máquina responsáveis pela interpretação desses dados.